quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Do príncipe da Dinamarca


Oh! Tão estimada Ofélia. Sob essa luz crepuscular,
Nem sou capaz das palavras encontrar,
Que possam definir tanta beleza, tanta harmonia.
Minha mente já se perdeu,
E o culpado não sou eu...
Mas sim sua beleza extasiante.
Faça de mim seu amante!
O mundo quero lhe dar.
Faça de mim seu amor!
E viverei em eterno êxtase.

Minha alma tão indecisa e diminuta, só com você é plena.
Seus olhos chegam a perscrutar meu recanto mais profundo,
Onde todo homem é moribundo, escravo do que acha que deve ser.

Quero retribuir esse seu olhar, e tocar no fundo da sua alma.
Tarefa que me esforço para conseguir,
Mas termino por nada encontrar.
Deve ser minha inexperiência, a falta de vivência
Que não me permite interagir com o ser mais perfeito.
Infelizmente, tenho muita consciência,
E uma dúvida ela em mim faz brotar:
Será você...
Recuso-me a falar!
Mil vezes abjeto, até mesmo por apenas pensar,
Chegar a duvidar de sua perfeição.
Deve ser a joia mais rara, que se esconde com primazia,
Entregando-se apenas ao mais valente, mais imponente e digno.
E esse eu prometo ser,
Farei de tudo por você!

Prometo falar-te tudo que está em minha mente.
Entregar-me-ei por inteiro, de corpo e alma,
Sendo nem uma vida ulterior capaz de me fazer esquecer,
O que se apregoou tão intensamente no espírito.

Prometi, a ti tudo falar,
E uma dúvida me faz questionar
Esse seu olhar vazio:
Será a expressão de quem muito sabe,
Ou o olhar do ser inferior, destituído de tudo
Que torna o homem grande?

Desculpe-me por chegar a pensar assim,
A culpa é dessa consciência dentro de mim,
Que tudo questiona, a todos indaga,
Que nunca se contenta, nunca para!
A uma pergunta ela não me deixa escapar:
Será você, tudo aquilo que me faz pensar?

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