sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A inundação

Acordei corajoso,
Sentindo meu espírito ansioso
A pulsar, em plena potência,
Com espantosa insistência.

Uma onda selvagem parecia jorrar,
Fazendo meu corpo dançar
Em uma harmonia sublime
Inspirando o aclive,
Que minha alma sempre esteve a desejar,
E que trazia a satisfação invulgar,
Intrínseca.
Satisfazendo, assim, minha única pretensão.
Ah, quanta satisfação!

Sentindo-me expandido,
Em um êxtase sem fim,
Proponho-me uma resolução,
Que me parece a melhor opção.

Sedento de vida,
E me sentindo potente,
Decido o meu ideal pulverizar,
Para que a plenitude da vida
Eu possa enxergar.

Sei que é uma tarefa perigosa,
Repleta de riscos e desespero,
Mas a isso decido ignorar;
Agora que me sinto forte,
A vida quero enxergar,
Em todas as suas nuances,
Percebendo todas as variantes.

Então isso começo a fazer,
Agora que sou forte e não preciso de você.
Está na hora de a vida enxergar!

Repleto de êxtase começo o que me propus fazer,
Minha estrutura principal elimino sem dó,
Dela só resta pó,
E eu me viro entusiasmado
Para olhar o novo cenário.

Ah, situação cruel.
Meu espírito antes imponente
Agora se retraiu,
Implorando pelo retorno
Daquele mundo que me fugiu.

As informações flutuam intensamente,
Trazendo o caos à minha mente.
É muito mais do que aquilo que pensei eu
Ser capaz de lidar.

Minha mente está inundada
E não consigo conectar nada,
Elucidar, ou simplificar, nada.

Tento retornar, desesperadamente,
Mas nem isso sou capaz de realizar.
A vida se expandiu,
E nesse novo mundo não consigo ficar,
E nem para o antigo consigo voltar.
Ó, desespero!
Ó, proposição infeliz!

Maléfica!

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